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Bao – Curta metragem da Pixar faz reflexão sobre maternidade
- 17 de abril de 2019
- Postado por: Colégio Aplicação
- Categoria: Dicas
Tradição da Pixar em exibir um curta metragem antes dos seus filmes, na exibição de “Os Incríveis 2” não foi diferente. A Pixar trouxe Bao , que aborda uma mãe superprotetora e a sua relação com o filho, comprometendo a construção de sua identidade.
Cheio das metáforas e alegorias comuns às produções da Pixar, “Bao” faz o retrato de uma mãe superprotetora, e convida a refletir sobre os excessos de culpa e preocupação que costuma acompanhar a experiência da maternidade. Dirigido pela cineasta chinesa Domee Shi, o filme trabalha com elementos de fantasia, e coloca ao expectador um estranhamento já nas cenas iniciais, quando o filho surge na história.
A animação, escrita e dirigida por Domee Shi, a primeira diretora de um curta da Pixar, mostra em menos de 8 minutos uma metáfora da matriarca que passa a criar um pãozinho chinês que ganha vida, a diretora explora as dificuldades enfrentadas pelos pais imigrantes e seus filhos, que crescem entre duas culturas.
A palavra Bao, explica Shi, pode ter dois significados em chinês: “Dita de uma maneira pode significar pão cozido no vapor, dita de outra forma significa algo precioso, um tesouro”. A animação reflete esse “duplo sentido”, inspirado pela experiência da diretora: “Muitas vezes minha mãe me tratava com um precioso pãozinho chinês, garantindo que estivesse segura, que não saísse tarde, todas essas coisas”, contou Domee.
É um misto de amor incondicional e necessidade de proteção absoluta de tudo e de todos, o que passa a incomodar o filho, agora já um homem criado com seus próprios desejos e aspirações. Uma pista disso é que a figura do pai desaparece da história, pois todo o afeto, a dedicação e a rotina da mãe passa a ser exclusividade do filho.
É nesse ponto que o filme problematiza a maternidade superprotetora e chama atenção para a importância de não centralizar a vida emocional da mãe no filho ou na filha. Metaforizando a vontade inconsciente da progenitora de “engolir” as crias (o que muitas vezes acontece, sem que se perceba), o filme instiga a pensar sobre a importância de criar os filhos para serem independentes e autônomos, livres de qualquer projeção dos pais ou desejo de satisfazer suas próprias vontades. Não é à toa que o filme escolhe a figura de um bolinho para concretizar essa relação, algo sem vida que de repente cria autonomia e existência própria.
Assista e analise, você é a mãe ou o bolinho?
Fonte: Luneta.com, contapraelas.com.br, Omelete.com.br